Cinderella
Palma Fernandes pag. 480 a 485- Resumo Histórico
Samuel Teixeira, 2006-07-03 15:28 [#802]
Publicado em 2006-07-03 15:31 por Jorge Nuno Silva
Tópicos: Palma Fernandes, alunos

Trabalho para avaliação de Samuel Teixeira da disciplina de Elementos de Geometria do Mestrado em Matemática para o Ensino. Trata-se do 'Resumo Histórico' nas páginas 480 a 485 do Livro de Palma Fernandes.

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RESUMO HISTÓRICO

     Não é conhecida ao certo a data em que a geometria começou a ser estudada ou aplicada.
     Segundo várias descobertas, julga-se que foram os Chineses os primeiros a fazer aplicação de geometria na vida corrente (3000 a.J.C.), mas de uma forma rudimentar.
     Os Chineses conheciam o compasso, a régua, o esquadro, e outros instrumentos.
Também os Índios tinham alguns conhecimentos de geometria, mas, segundo se crê, não eram superiores aos dos Chineses.
     Ambos este povos têm a pretensão de serem os iniciadores do estudo da geometria. No entanto, foram os Egípcios quem mais contribuiu para o desenvolvimento desta ciência. A necessidade de construção das pirâmides e dos templos e a da divisão das terras depois das enchentes do rio Nilo obrigaram os Egípcios a estudos que os levaram ao descobrimento de muitas propriedades geométricas (1500 a.J.C.).
     Os Egípcios conheciam a forma de determinar a área do triângulo isósceles, a forma de obter um ângulo recto, construindo, para isso, um triângulo rectângulo cujos lados mediam 3, 4, e 5 unidades, e tomavam para π o valor de 3,16. Contudo, os egípcios não iniciaram o estudo lógico da geometria.
     Também os Babilónios e os Assírios (1500 a.J.C.) fizeram aplicações geométricas, mas foi especialmente à astronomia que se dedicaram, em virtude das suas crenças religiosas.
     Nenhum dos povos anteriormente indicados deu uma forma racional aos conhecimentos geométricos adquiridos. Essa racionalização e a sua ordenação ficaram a dever-se aos Gregos.

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     A ciência dos Gregos nasceu do contacto deste povo com o Oriente (600 a.J.C.), em especial com o Egipto, onde os sábios mais distintos da Grécia efectuaram grande parte dos seus estudos. Daqui o seu interesse pela aritmética, pela astronomia e muito particularmente pela geometria, o que lhes permitiu dar a esta última ciência a forma lógica que perdura nos nossos dias.
     Ficaram célebres os três problemas clássicos da antiguidade, cuja solução se procurou apenas com o auxílio da régua e do compasso:
     1.º - A quadratura do círculo, que consistia em determinar um quadrado cuja área fosse igual à de um círculo de raio dado.
     2.º - A trissecção de um ângulo, em que se pretendia dividir um dado ângulo em três partes iguais.
     3.º - A duplicação do cubo, que tinha por fim determinar a aresta de um cubo cujo volume fosse duplo do de outro cubo de aresta dada.
     Este último problema é conhecido pelo nome de «problema de Delos».
     Segundo a lenda, grassava a peste em Atenas. Os Gregos foram consultar o oráculo de Delfos, o qual lhes prescreveu a duplicação do volume do altar, de forma cúbica, da ilha de Delfos, mas sem lhe mudar a forma.
     Como tivessem duplicado a aresta do cubo, o que fez com que aumentasse oito vezes o seu volume, a peste aumentou de intensidade, o que levou os geómetras a procurarem a solução do problema com os meios que possuíam: a régua e o compasso.
     Os problemas clássicos deram origem a muitas descobertas que enriqueceram a geometria. Só mais tarde, no século XVIII, foi provada a impossibilidade da resolução destes problemas apenas com o auxílio da régua e do compasso(1).
     No nosso estudo citámos os seguintes geómetras:

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     (1) A trissecção do ângulo só é possível com o auxílio da régua e do compasso nalguns casos, como, por exemplo, quando o ângulo é recto.

       Thales (575 a. J. C., § 239), que fes os seus estudos no Egipto e a quem são atribuídas as seguintes descobertas:
     1.º - Os ângulos verticalmente opostos são iguais.
     2.º - Os ângulos adjacentes à base de um triângulo isósceles são iguais.
     3.º - Dois triângulso são iguais quando têm um lado igual e os ângulos adjacentes iguais.
     4.º - O diâmetro de uma circunferência divide-a em duas partes iguais.
     5.º - Dois triângulos que têm os ângulos iguais são semelhantes(1).

Thales
Thales

     Pitágoras (540 a. J. C., § 258), que viajou pelo Egipto e a quem se atribuem as seguintes demonstrações:

Pitágoras
Pitágoras

     1.º - A soma dos ângulos de um triângulo é igual a dois ângulos rectos.

     2.º - A diagonal de um quadrado não se pode exprimir no lado por uma relação em que entrem só números inteiros ou fraccionários(2).

     3.º - A construção de um paralelogramo equivalente a um dado triângulo.
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     (1) Não ha certeza de este teorema ter sido descoberto por Thales.

     (2) Em linguagem matemática diz-se que a diagonal de um quadrado é icomensurável pelo lado.
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     O conhecido teorema de Pitágoras: «O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos» é atribuído àquele sábio, mas a sua demonstração foi pela primeira vez apresentada no livro de Euclides (300 a. J. C.). Por estudos feitos, julga-se que quem considerou primeiramente aquele teorema foram os Chineses.

     Euclides (300 a. J. C., § 120), cuja vida é pouco conhecida, mas cujos trabalhos se impuseram de tal forma que ainda hoje a geometria por ele escrita é estudada nos nossos liceus, com ligeiras alterações.
     Euclides deu a forma dedutiva à geometria. Baseando-se num número limitado de proposições (definições e axiomas) reconhecidas como verdadeiras, efectuou as deduções de mui-
 

Euclides
Euclides

Arquimedes
Arquimedes

tas propriedades, aproveitando todos os trabalhos feitos até à sua época.

     Arquimedes (225 a. J. C., §308), que foi o maior matemático e físico da antiguidade. Era natural de Siracusa (Sicília) e foi discípulo dos sucessores de Euclides.
     Fez vários estudos sobre o circulo, o cilindro, a esfera, e demonstrou que o valor de π está

compreendido entre  e  .

   

 

     Euler
(1707-1783, § 414), sábio suíço, um dos maiores matemáticos de todos

os tempos, que se dedicou ao estudo dos vários ramos de matemática, deixando em todos eles trabalhos originais de grande valor.Foi professor nas universidades de S.Petersburgo e de Berlim, tendo cegado devido ao excesso de aplicação aos estudos. Apesar de cego, continuou a produzir trabalhos originais, visto ser dotado de uma memória excepcional, que lhe permitia acompanhar as demonstrações sem as ver, por muito complicadas e extensas que fossem.

Euler
Euler

 

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