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Capítulo II- 4ª parte |
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Teresa Pereira, 2004-03-29 17:06 [#192] Publicado em 2004-03-30 20:04 por Jorge Nuno Silva |
Tópicos: Palma Fernandes |
Ficheiros anexos: Capítulo II-4ª parte.htm fig107.cdy fig108.cdy fig109.cdy fig110.cdy fig111.cdy fig112.cdy fig113.cdy fig114.cdy |
Trabalho realizado por Teresa Pereira, Fernanda Larião e Isabel Catarino.
Ficheiro anexo 'Capítulo II-4ª parte.htm':
IV
RELAÇÕES ENTRE OS ELEMENTOS DE UM TRIÂNGULO
84) TEOREMA: Num triângulo, qualquer lado é menor do que a soma dos outros dois (Fig. 107).
Hipótese: Dado o Δ ABC.
Tese: AB < BC + AC; AC < AB + BC; BC < AB + AC.
Este teorema é consequência imediata do postulado:
O segmento de recta é a linha mais curta que se pode traçar unindo dois pontos (16-a).
Cor. – Num triângulo, qualquer lado é maior do que a diferença dos outros dois.
Se (Fig. 107) BC > AC > AB conclui-se, das desigualdades anteriores, que
AB > BC – AC, AC > BC – AB e BC > AC – AB.
As relações anteriores ainda são verificadas se
BC = AC = AB ou BC = AC > AB ou BC > AC = AB.
EXERCÍCIOS XIII
1) Podem existir triângulos cujos lados meçam : a) 6 m, 7 m e 13 m ? b) 8 cm, 20 mm e 11 cm? c) 4 m, 70 dm e 10 m?
2) Entre que valores pode variar a medida de um lado de um triângulo, sabendo que os outro dois medem: a) 4 m e 11 m? b) 7 m e 18 dm? c) 140 mm e 14 cm?
3) Quais são os números inteiros que podem ser as medidas, em metros, dos lados de um triângulo, em que os outros dois lados medem 2 m e 3 m?
4) O Δ ABC é isósceles, de base AB. Seja D um ponto do prolongamento do lado BC, para o lado do vértice C. Trace-se o segmento AD. Demonstrar que DA < DB.
5) No Δ MNP seja X um ponto interior do lado MN. Demonstrar que PX + XN < MP + MN.
85) Nas demonstrações que se seguem usaremos, por vezes, algumas das propriedades seguintes:
1.ª - Uma quantidade pode ser substituída por outra igual numa igualdade ou numa desigualdade.
2.ª - Dadas três quantidades da mesma espécie a, b e c, se a > b e b > c então a > c. (Propriedade transitiva da desigualdade).
3.ª - Adicionando a mesma quantidade ou quantidades iguais a outras desiguais, obtêm-se diferenças desiguais e do mesmo sentido.
4.ª - Multiplicando pela mesma quantidade positiva ou por quantidades positivas iguais outras desiguais, obtêm-se produtos desiguais e do mesmo sentido.
5.ª - Dividindo pela mesma quantidade positiva ou por quantidades positivas iguais outras desiguais, obtêm-se quocientes desiguais e do mesmo sentido.
6.ª - Dadas duas quantidades da mesma espécie a e b ou a > b, ou a = b ou a < b (Propriedade tricotómica).
86) Ângulo externo de um triângulo é o ângulo limitado pelo prolongamento de um dos lados com a semi-recta que contém o lado consecutivo. Na Fig. 108 está representado o ∠ CBD externo do ΔABC no vértice B.
87) TEOREMA: Um ângulo externo de um triângulo é maior do que qualquer dos ângulos internos não adjacentes (Fig. 108).
Hipótese: Dado o Δ ABC e o ∠ CBD externo em B.
Tese: ∠ CBD > ∠ C ou ∠ CBD > ∠ A.
Trace-se a recta AE, sendo E o ponto médio do lado BC, e marque-se EF = AE.
Como (66) ∠ AEC = ∠ BEF teremos (79) Δ AEC = Δ BEF donde ∠ CBF = ∠ C.
O ponto F pertence aos semi-planos CBF e ABF e, por consequência, à sua intersecção ou seja ao ∠ CBD.
Então a semi-recta BF é interior ao ∠ CBD (49) e, por isso (63 – 7.ª) ∠ CBD > ∠ CBF ou (85 – 1.ª) ∠ CBD > ∠ C.
Analogamente se demonstrava que ∠ CBD > ∠ A. Bastaria para isso, dividir ao meio o lado AB e proceder de forma análoga para o ângulo verticalmente oposto do ∠ CBD.
88) TEOREMA: Num triângulo a ângulos iguais opõem-se lados iguais (Fig. 109).
Hipótese: Dado o Δ ABC em que ∠ A = ∠ B.
Tese: AC = BC.
Seja CD a bissectriz do ∠ ABC.
Fazendo rodar em torno de CD o ∠ BCD de forma que este ângulo fique no mesmo semi-plano do ∠ ACD, o lado CB daquele ângulo coincide com o lado CA deste último (42 e 44).
Vamos provar que o ponto B coincide depois do deslocamento com o ponto A. Suponhamos que isto não se verificava e o ponto B ia ocupar a posição do ponto B’ (Fig. 109), e, portanto,
Δ CB’D = Δ CBD
Do Δ AB’D conclui-se que (87)
∠ CB’D > ∠ A
Mas ∠ CB’D = ∠ B donde (85 – 1.ª)
∠ B > ∠ A
o que é contra a hipótese.
Analogamente se concluía que o ponto B não pode existir no prolongamento de CA, ou seja ocupar a posição do ponto B’’ (Fig. 109).
Então, o ponto B tem de coincidir com A e, portanto, AC = BC.
Cor.- Um triângulo equiângulo é um triângulo equilátero.
EXERCÍCIOS XIV
1) Se (Fig. 110) no Δ ABC, ∠ B = ∠ C e BD = DC, demonstrar que ∠ BAD = ∠ DAC.
2) Se (Fig. 110) no Δ ABC, ∠ B = ∠ C e ∠ BAD = ∠ DAC, demonstrar que BD = DC.
3) Se (Fig. 111) o Δ ABC é isósceles, de base BC, e BE e CD são as bissectrizes, respectivamente, do ∠ ABC e do ∠ ACB, demonstrar que BF = FC.
4) Se (Fig. 111) o Δ BFC é isósceles e ∠ ABE = ∠ ACD, demonstrar que o Δ ABC é isósceles.
5) Se (Fig. 111) ∠ ABC = ∠ ACB, BE e CD são as bissectrizes, respectivamente, do ∠ ABC e do ∠ ACB, demonstrar que Δ ABE = ΔACD.
89) O recíproco de um teorema é o teorema que se obtém daquele trocando a hipótese ou parte da hipótese com a tese ou parte da tese. O teorema dado é chamado o teorema directo.
O recíproco do teorema do parágrafo anterior é o seguinte:
TEOREMA: Num triângulo, a lados iguais opõem-se ângulos iguais.
Este teorema já foi demonstrado no parágrafo 80.
90) Nem sempre as proposições recíprocas são verdadeiras, como sucede com o recíproco de:
Os ângulos obtuso são maiores do que um ângulo recto, que é:
Os ângulos maiores do que um ângulo recto são obtusos.
Os ângulos rasos ou os côncavos são maiores do que um ângulo recto e não são obtusos.
Enunciar os recíprocos das proposições seguintes e dizer quais os verdadeiros.
1) Dois ângulos verticalmente opostos são iguais.
2) A soma de um ângulo recto com um ângulo agudo é um ângulo obtuso.
3) A soma de dois ângulos rectos é um ângulo raso.
4) Dois triângulos iguais têm os três lados iguais.
5) Dois triângulos iguais têm dois lados iguais e o ângulo por eles formado igual.
6) Dois triângulos iguais têm dois lados iguais e o ângulo oposto a um desses lados igual.
91) TEOREMA: Se um triângulo tem dois lados desiguais, os ângulos opostos também o são, e ao maior desses lados opõe-se o maior desses ângulos (Fig. 112).
Hipótese: Dado o Δ ABC em que BC > AC.
Tese: ∠ BAC > ∠ ABC.
Marque-se sobre a semi-recta CB, a partir do ponto C, um segmento CD = AC e trace-se o segmento AD. O ponto D fica situado entre C e B.
Passos
1) ∠ a = ∠ b.
2) ∠ BAC > ∠ a.
3) ∠ BAC > ∠ b.
4) ∠ b > ∠ ABC.
5) ∠ BAC > ∠ ABC.
Justificações
1) Porquê? (80, Cor. I).
2) Porquê? (63 – 7.ª).
3) Porquê? (85 – 1.ª).
4) Porquê? (87).
5) Porquê? (85 – 2.ª)
Cor. I – Num triângulo, ao maior lado opõe-se o maior ângulo.
Cor. II – Num triângulo, ao menor lado opõe-se o menor ângulo.
92) TEOREMA RECÍPROCO: Se um triângulo tem dois ângulos desiguais, os lados opostos também o são, e ao maior desses ângulos opõe-se o maior desses lados (Fig. 113).
Hipótese: Dado o Δ ABC em que ∠ BAC > ∠ ABC.
Tese: BC > AC.
Considere-se o ∠ a = ∠ ABC, sendo um dos lados do ∠ a o lado AB do Δ ABC, e seja D o ponto onde o outro lado daquele ângulo intersecta o lado BC. Como AD é uma semi-recta interior ao ∠ BAC intersecta BC num ponto interior.
Passos
1) AD = BD.
2) AC < AD + DC.
3) AC < BD + DC.
4) AC < BC ou BC > AC.
Justificações
1) Porquê? (88).
2) Porquê? (84).
3) Porquê? (85. – 1.ª)
4) Porquê? (63 – 6.ª)
Cor. I – Num triângulo, a maior ângulo opõe-se o maior lado.
Cor. II – Num triângulo, ao menor ângulo opõe-se o menor lado.
1) Se no Δ ABC AB = 5 cm, BC = 7 cm e AC = 6 cm, qual é o maior ângulo? E o menor?
2) Escrever, por ordem crescente, os ângulos de um Δ ABC cujos lados medem B = 7 cm, BC = 12 cm e AC = 8 cm.
3) Pode existir um Δ ABC em que ∠ A = 70º, ∠ B = 40º, BC = 6 cm e AC = 7 cm? Justificar a resposta.
4) Escrever, por ordem decrescente, os ângulos de um Δ ABC cujos lados medem AB = 80 mm, BC = 0,9 dm e AC = 7 cm.
5) Dado o Δ ABC, isósceles de base AB, marcar sobre o lado AC um ponto D. Traçar o segmento BD. Demonstrar que BD > AD.
6) No Δ ABC, AB > AC. Seja D o ponto de encontro das bissectrizes do ∠ B e do ∠ C. Demonstrar que BD > CD.
7) Se (Fig. 114) BC > AB, ∠ BAD = ∠ BCD = 1 ∠ recto, demonstrar que AD > CD.
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